terça-feira, 17 de março de 2009

Quem inventou as drogas ?

Os fabricantes de cigarro levaram 40 anos para admitir o que já sabiam desde os anos 1950: o fumo causa câncer de pulmão. Nesse período, "a indústria do tabaco cometeu uma sucessão de fraudes, propagou mentiras com ares de controvérsia científica e enganou os consumidores num nível provavelmente inédito na história do capitalismo". Assim começa o excelente livro "O Cigarro" (Publifolha, 87 pág.), de Mario Cesar Carvalho.Nele, o autor conta a história do cigarro desde suas origens. Diz que o capelão da primeira expedição francesa ao Brasil, em 1556, já relatou seu uso entre os tupinambás. Daqui, o fumo emigrou clandestinamente para Portugal e para a Espanha.Fumar cigarro era raridade até o final do século 19. Em 1880, cerca de 58% dos usuários de tabaco eram mascadores de fumo, 38% fumavam charuto ou cachimbo, 3% cheiravam rapé e apenas 1% era fumante de cigarro. Nesse ano, o americano James A. Bonsack inventou uma máquina capaz de enrolar 200 cigarros por minuto, o que criou condições para o aparecimento da indústria.Então veio a distribuição de cigarros aos soldados nas trincheiras, durante a Primeira Guerra, e seu uso, que se achava restrito às camadas marginais das sociedades americana e européia, explodiu. Em 1900, o consumo anual americano era de cerca de 2 bilhões de cigarros; em 1930, chegou a 200 bilhões. As duas guerras mundiais, que afrouxaram a oposição ao cigarro, a urbanização acelerada, a criação do mercado de massa e a expansão do mercado de trabalho, criaram as condições para que a epidemia do fumo se espalhasse pelo mundo, envolta em glamour por Hollywood, como símbolo de modernidade.Descrito com clareza o cenário que levou à disseminação dessa praga do século 20 pelos cinco continentes, o autor mostra como ocorreu a tomada de consciência da sociedade em relação aos malefícios do fumo e como a indústria boicotou as informações científicas que esclareciam a associação do cigarro com o câncer e com as doenças cardiovasculares. Até a década passada, por exemplo, a indústria se negava a reconhecer até o mais óbvio: que a nicotina provoca dependência, num deboche cínico aos que enfrentam o tormento de parar de fumar.Essa guerra suja, engendrada por executivos de terno e gravata e por pesquisadores sem escrúpulos alugados por eles, é apresentada de forma sucinta e contundente, justificando plenamente a conclusão inicial de que a indústria enganou de forma vil os consumidores, provocando milhões de mortes evitáveis.A estratégia de rebater todas as evidências de que o cigarro provoca doenças mortais conseguiu assegurar aos fabricantes o direito de manter, por muitos anos, a propaganda do cigarro pelos meios de comunicação de massa, com mensagens dirigidas a adolescentes, concebidas para aliciá-los à escravidão da dependência de nicotina. Existe, na história do capitalismo, exemplo mais abominável de crime contra as crianças, perpetrado em nome do lucro?Nos dias de hoje, esse aliciamento criminoso se faz sentir especialmente nos países em desenvolvimento, nos quais a defesa da saúde pública ensaia os primeiros passos e a vida humana parece valer menos. Conformada com a perda de mercado nos países industrializados, a indústria do fumo descarrega seu poder de fogo para conquistar novos dependentes nos países pobres.No Brasil, apesar do avanço inegável dos últimos anos, a adoção de medidas restritivas à publicidade do cigarro aconteceu com 30 anos de atraso em relação aos Estados Unidos, como nos lembra o autor. Desde 1971, é proibido anunciar cigarro na TV americana; no Brasil, a proibição foi feita há pouco mais de um ano. Durante 30 anos, nossas crianças foram bombardeadas com mensagens para induzi-las a fumar, enquanto as americanas eram protegidas pela legislação de seu país.Da mesma forma, atualmente, enquanto as multinacionais da indústria de tabaco concordaram em pagar 246 bilhões de dólares para convencer os 50 estados americanos a desistir de mover contra elas ações por fraude contra a saúde pública, aqui não arcam nem sequer com um centavo das despesas com o tratamento das doenças provocadas pelo cigarro. Por quê? Para essas companhias, a vida de um cidadão americano vale mais?Nesse campo vale a pena acompanhar com todo o cuidado a ação que a Associação em Defesa da Saúde do Fumante (Adesf) move contra a Souza Cruz e a Philip Morris e que conseguiu, no Supremo Tribunal, a inversão do ônus da prova, isto é, as companhias é que terão de provar que cigarro não vicia. Foi uma ação similar a essa que possibilitou o acordo de US$ 246 bilhões nos Estados Unidos, como bem ressalta Carvalho.O ponto alto do livro, no entanto, está no capítulo "Por que o Cigarro Conquistou o Mundo". Nele, o autor toca num ponto quase nunca lembrado, mas absolutamente fundamental para entender qualquer dependência química: o usuário sente prazer ao consumir a droga.No caso da nicotina, esse prazer está ligado à sua interação imediata com receptores dos neurônios situados em áreas do cérebro associadas às sensações de prazer e de recompensa e à busca da repetição do estímulo que provocou o prazer. Se um cigarro for consumido em dez tragadas, o autor calcula, o cérebro do fumante de um maço por dia verá esse circuito repetir-se 73 mil vezes por ano. E pergunta com lógica cristalina: que outra droga provoca 73 mil impactos de prazer num ano? Nessa pergunta elementar está a resposta à dificuldade enfrentada pelos 80% ou mais dos que fracassam na tentativa de abandonar o cigarro. Nela está a explicação de por que é mais difícil largar do cigarro do que do álcool, da maconha, da cocaína, da heroína, da morfina ou do crack.

Porque as drogas ?



O Problema da drogas e tóxicos não é uma criação do século XX, apesar de que em sua última parte tenha alcançado um maior desenvolvimento. Poder-se-ia mesmo afirmar que as drogas acompanham o homem desde tempos bem remotos. Inúmeras referências ao uso de plantas, cujos efeitos alucinógenos foram resgistrados pela literatura contemporânea, são encontradas nos relatos históricos da trajetória do homem sobre a Terra.A origem do culto ao peiote (espécie de cacto mexicano, do qual se extrai a mescalina) está perdida no tempo. Jamais alguém poderá dizer, com certeza, quais foram as circustâncias ou razões que levaram a primeira pessoa a entrar em contato com as propriedades secretas desse cacto, nos escaldantes desertos do México. Podemos deduzir que o encontro da droga deu-se ao acaso; isto é, da procura de alimentos por parte de algum desgarrado que, reduzido aos extremos da fome e fadiga, pôs-se a devorar o que quer que fosse, que lhe estivesse ao alcance das mãos. Podemos imaginar esse homem, há muito já esquecido, asteca ou pré-asteca, depois de ter mastigado alguns pedaços do cacto amargo e sauseante, deitando-se à sombra de um arbusto para descansar, e de repente sentir-se rodeado de visões fantásticas, que se apresentavam em formas, cores e até perfumes, com os quais jamais sonhara. Certamente, foi alguém assim que, ao chegar de volta ao seio de sua tribo, narrou a prodigiosa descoberta recém-feita: a existência de uma dinvidade em determinado cacto, cuja polpa tinha o dom de colocar aquele que a comesse, no limiar de um mundo paradisíaco.Dessa maneira, quando os espanhóis chegaram ao México, constataram que os astecas não somente veneravam alguns deuses, como Quetzaltcoatl e Huitzilpochtli, mas também uma planta chamada peiote, também conhecida como a carne dos deuses.

terça-feira, 10 de março de 2009


> NÃO USE DROGAS ,

USE A INTELIGÊNCIA !

Que fazer com as drogas


Os pais que tendem a ansiedade e ao desespero quanto ao assunto, vale registrar a posição do Cedrid (Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas, da Universidade de São Paulo) que recomenda que os pais não devem demonstrar falta de atenção ou indiferença, nem devem transmitir excessiva preocupação, insegurança e pânico, aos filhos.
Também não basta falar sobre os malefícios das drogas, ou levar os filhos a assistir palestras com especialistas ou, ainda, fazê-los ler ou assistir reportagens de ocasião, em geral, superficiais, ingênuas e pouco reflexivas. Atitudes assim, mesmo bem intencionadas – inclusive de governos - , funcionam apenas para "converter os convertidos", mas não atraem, nem sabem seduzir os que já estão no campo de risco. Informar sobre os malefícios das drogas é importante, mas como tema isolado, não forma uma ética de responsabilidade. O caminho da discussão quanto à qualidade de vida parece ser melhor. Daí a Agenda para a referida Semana de Prevenção às Drogas, promovida pelo Governo do Paraná, em 2003, ter como primeiro tema a ser desenvolvido "Qualidade de vida e equilíbrio social...".
O esforço deve ir além de palestras sobre "qualidade de vida". A sociedade precisa se organizar e se preparar ampla e profundamente para educar a criança e o jovem no sentido de enfrentarem os perigos da sociedade contemporânea, em que a droga é apenas um dos vários elementos preocupantes. Trabalhar a nova organização familiar é necessário e urgente. "A família é uma espécie de prevenção e ajuda aos filhos contra o vício", afirma Wagner Gattaz, chefe do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de S.Paulo (por G.Dimenstein, FSP, 20/7/98).
Pesquisas apontam que os jovens com laços afetivos fortes, especialmente dentro da família, tendem a lidar melhor com o fascínio que as drogas oferecem. A historinha do patinho feio marca a importância do sentimento de inclusão em uma família. O sentimento de "familidade" (Osório, 1986 : 177) pode funcionar como prevenção. Todavia, para que esse "laço afetivo forte" exista é necessário que seja construído no dia a dia. O vínculo biológico nada vale se não existir o laço afetivo. É necessário que as funções "pai", "mãe", "irmãos", sejam simbolicamente definidas no imaginário das pessoas. Assim, o jovem que se cria dentro de um universo de referências, como se fosse uma bússola de orientação social e de vida, está mais bem preparado para enfrentar os perigos de nossa época; é mais difícil dele ser seduzido para outro grupo "familiar" ou do vicio.
Alguns equívocos
Entretanto, não basta sentir pertencendo a uma família para evitar cair na narcodependência. As drogas também acontecem nas "boas famílias". (Também acontecem em "boas escolas e universidades"). Há vários equívocos quanto a narcodependência. O jovem que experimenta uma droga pela primeira vez não será, necessariamente, um viciado. Isso depende de muitos fatores. Porém, drogas como o crack e a cocaína aumentam a probabilidade de levar uma pessoa normal se tornar um adicto ou dependente. Isto porque o poder viciante do crack é 80% (a cocaína é 50%), ficando difícil o sujeito sustentar que "pode parar quando quiser" (Tiba, 1998: 17).
A primeira experiência de uma "fumadinha" ou "cheiradinha" a convite do grupo de amigos, dos colegas da escola, de vizinhos ou parentes, representa maior risco de dependência do que o de ser pressionado pelo narcotraficante local. Em outras palavras, os pais precisam ter mais cuidado com as amizades dos filhos. Isso não quer dizer que os pais devam proibir os filhos de sair de casa, de ir as festas, de visitar ou dormir na casa de amigos, etc. Afinal, os jovens precisam e têm o direito de se divertir. O agir repressivo pode despertar a raiva e ressentimentos, a proibição pode aumentar o desejo e a curiosidade de saber como é. É preciso que os pais saibam não só criar nos filhos, mas formar neles o senso de responsabilidade, quanto as suas escolhas e ações. Isso não é tarefa fácil, mas deve ser trabalhado neles desde pequenos, como sendo um investimento, para que no futuro sejam bons cidadãos e saibam viver a liberdade com responsabilidade.
Vários estudiosos alertam que o álcool, os sedativos, as anfetaminas, os solventes (inalantes) ou preparados artesanais são a "rampa de lançamento para as drogas mais pesadas" (Yaria, 1992 : 129-ss). Contra a corrente que pretende a discriminalização da maconha, existe o forte argumento de que ela própria é porta de entrada para a dependência de drogas mais pesadas. Entretanto, tanto as drogas consideradas "leves" como as consideradas "pesadas", ambas podendo ser ilícitas ou lícitas, têm o poder de causar dependência ou adicção .
Por outro lado, slogans moralistas que consideram a droga como coisa ruim, negativa, demoníaca, podem ser ineficazes tanto nas relações domésticas como nas campanhas educativas. Evidentemente, as drogas têm o poder de arruinar a saúde e a vida das pessoas e da sociedade, porém, as campanhas antidrogas criadas por ONGs, apoiadas pelos governos e transmitidas pela mídia, por vezes trabalham com conceitos e valores diferentes dos usados pelos jovens e, por isso, podendo não funcionar, em termos de prevenção. O mesmo se pode dizer quanto à atitude autoritária e moralista de pais, da igreja e até da escola.
Em verdade, a maioria das campanhas antidrogas ou de "educação preventiva das drogas" nas escolas, fracassam porque ainda se baseiam na concepção conservadora da educação, é fundado na disciplina e na autoridade do pai, hoje ambos estão em declínio. Ou seja, elas trabalham com o pressuposto de que as crianças e os adolescentes são recipientes vazios que precisam ser cheios com informações, conhecimentos, valores morais e a necessidade de disciplinar o seu caráter para serem obedientes e aplicar castigos caso elas não cumpram com a expectativa dessa ideologia. Uma das críticas dessa concepção tradicional-conservadora, inspirada primordialmente em Rousseau, foi realizada pela escola progressivista, que criticava o tratamento de "objetos" ou seres passivos dispensados as crianças e aos adolescentes; a nova educação deveria reconhecer pessoas e jamais reduzi-las a objetos, isto é, pais e professores deveriam ter atenção e cuidados especiais às diferenças de cada criança. Elas são dotadas de liberdade de escolher, que caminho devem seguir, desde que não prejudiquem a ninguém; sua autonomia existencial deve ser valorizada, desde que não passem por cima dos outros.
Não estamos defendendo a educação progressista, mas sim criticando a educação tradicional-autoritária, pois além de não funcionar em nossa época termina sendo injusta para com as aspirações dos jovens. Quando se compara a educação autoritária e as liberais, muitas vezes se dizem que as primeiras eram fortes em metas e valores, mas fracas na aplicação do método, ao passo que a segunda é forte no método, mas fraca em discernir metas, limites e valores.
Ambas, porém, possuem uma fraqueza comum: o professor não está preparado para escutar a criança e entender o contexto e tempo em que ela vive. Pais e professores ainda vivem falando monólogos às crianças. Cem anos de psicanálise e psicologia e os pais e professores ainda não aprenderam a primeiro escutar para depois falar. Wittgenstein disse: "se não temos um conhecimento suficiente sobre um assunto, devemos nos calar". A atitude autoritária pensa que fazendo um discurso demonizador das drogas, repressão, e disciplina estariam realizando prevenção. A educação democrática, principalmente a de linha libertária ou centrada na criança, correm o risco de romantizar a educação e abandonar a criança a sua própria sorte. Ambas, enfim, não preparam o professor em melhorar o seu posicionamento para entender a situação como um todo.
Ou seja, em vez de demonizar as drogas, é preciso, antes, elaborar um entendimento sobre a complexidade das drogas. Não basta reduzir o problema a atos isolados de intervenção "especializada" em psiquiatria, psicologia, pedagogia, ou repressiva-policial, moralista-religiosa, etc. Os professores que ora são encarregados de mais essa tarefa para com as crianças e adolescentes carecem de uma ampla e profunda formação multi, trans e interdisciplinar sobre os problemas do mundo contemporâneo, isto é, a droga é um dos muitos que existem e que precisam de uma perspectiva para além do especialismo ou disciplinarismo.
Concluindo.
É preciso urgentemente "treinar" os professores (e pais), primeiro, para saber escutar os jovens, visando entender seu universo e uso que faz da linguagem bem como o seu modo de pensar a vida. Professores acham que são pagos sómente para discursar conhecimentos, não para escutar e compreender o universo dos alunos. Segundo, é preciso desenvolver procedimentos mais apropriados aos jovens, no sentido deles formarem um espírito ético próprio de vida, porém, antes de tudo, é preciso que eles próprios se impliquem no processo de conscientização e de responsabilização como sujeitos existentes num mundo cada vez mais complexo e de alto risco para se viver. Terceiro, é preciso cuidar para não cair naquilo que um psiquiatra chamou de "dialética das porcarias": seguir o autoritarismo ou o liberalismo, que pretende ser sua negação radical. Se por um lado, de nada adianta ter uma atitude repressiva para com aqueles que querem experimentar as drogas, por outro, também devemos ter o cuidado de não nos rendermos ao liberacionismo dominante da nossa sociedade pós-moderna, que passa para as crianças regras como: "tudo pode", "é proibido proibir", "vale tudo para ser feliz", etc. Tal como analisa Zizek (1999) e Lash (1990), o mundo ocidental passou a ser regido por um superego pós modernista que aparenta ser permissivo e hedonista, veladamente impondo a lei: "você pode". Com a decadência do Pai – a Lei-do Pai, segundo Lacan, foi suspenso o sentido de "autoridade", de "disciplina" e de "castigo moral". A Lei-do-pai foi substituída pela "lei materna" (sic), que traz o sentido de permissividade, de "sem limites", impondo agora a "obrigação de se divertir, de "curtir a vida" adoidado, à qualquer preço, como se isto fosse uma espécie de dever e sentido único de viver.
Enfim, é preciso se evitar cair nesse dois extremos de filosofia educativa, que têm conseqüências no trabalho preventivo sobre as drogas. Devemos ampliar nossa perspectiva para além das contradições e das especialidades (Morin, 2002), pois o problema das drogas implica em pensar e agir para além das drogas. (Esse assunto não acaba aqui).

Drogas leves .


Texto explicativo sobre os efeitos do consumo de drogas leves

Habitualmente chama-se droga a toda a substância, susceptível ou não de aplicações médicas, que se usa (por auto-administração) para fins distintos dos que são legítimos em medicina, e que pode produzir uma modificação - fisiológica ou psíquica - no organismo humano.
As drogas produzem um estado físico ou psíquico que pode ser prazenteiro ou desagradável. No primeiro caso costumam levar progressivamente à necessidade de administrar doses mais elevadas, criando uma situação de "dependência" no consumidor.
A dependência é uma necessidade mais ou menos irresistível - de origem física ou psíquica ou ambas - de continuar a consumir a droga que a gerou. Manifesta-se de modo ostensivo quando se interrompe repentinamente a administração da droga, produzindo-se então aquilo que se conhece por "síndrome de abstinência". As manifestações desse síndrome variam muito de uns sujeitos para outros (em função da idade, tolerância à droga, tipo de substância, etc.); em todos eles, no entanto, aparecem alterações psicopatológicas mais ou menos importantes e inclusivamente graves. A dependência é por vezes tão forte que o drogado se sente arrastado a empregar todos os meios, lícitos ou ilícitos, para satisfazer a necessidade que tem.
Na linguagem comum, designa-se por drogas leves a marijuana, o haxixe, anfetaminas e alguns analgésicos e tranquilizantes.

Formas de consumo de drogas

a) Uso esporádico.

É a administração da droga em dose única ou de forma esporádica, ocasional. Nestas condições, se se faz numa dose pequena, não costuma originar nenhuma predisposição ou necessidade de continuar a consumir a droga. Os efeitos que produz, quando é consumida por pessoas normais - coisa muito pouco frequente - são autocontroláveis, ainda que aqui há excepções na forma de resposta do sujeito. Mas não convém esquecer que o uso da droga está normalmente em relação com conflitos e dificuldades da personalidade e com problemas morais; é difícil que uma pessoa centrada na vida, equilibrada e com costumes sãos, caia neste desejo de experimentar o que sabe que com facilidade pode ter graves consequências. De qualquer modo, é preciso dar a conhecer o perigo que supõe iniciar-se no consumo destes produtos (por curiosidade ou desconhecimento dos seus efeitos) pensando falsamente que as drogas leves são inofensivas.

b) Uso habitual.

É o uso da droga de uma forma continuada. Não é fácil determinar o momento em que se passa da administração mais ou menos periódica ao uso continuado ou abuso da droga: depende das pessoas, das quantidades ingeridas e da periodicidade do uso e da composição das substâncias empregadas - questão esta impossível de conhecer na prática, dado o carácter clandestino do mercado.
Dado que o organismo se acostuma à droga, para que esta produza os seus efeitos é necessário que a sua administração se faça em doses maiores e com maior frequência. A este fenómeno chama-se "tolerância": o organismo necessita progressivamente de uma dose maior - uma vez que se habituou a essa substância - para que o sujeito obtenha as mesmas sensações. O sujeito, em consequência, torna-se cada vez menos dono de si; a droga aumenta a sua tirania e está-se a caminho de passar a depender dela, com perigo próximo de intoxicação. Ou, pelo menos, de necessitar das drogas "duras", que com rapidez levam à intoxicação. A medicina mostra que os efeitos da marijuana são graves, apesar da sua promoção como inócua (inclusivamente chegam a afirmar falsamente que é menos grave que o álcool e o tabaco).

c) Intoxicação.

É o estado de situação produzido pelo abuso da droga. As repercussões no organismo são muito graves, chegando a produzir a morte. Não se pode esquecer a potenciação dos seus efeitos com álcool, barbitúricos e outras drogas.

Efeitos das drogas leves

Os efeitos produzidos por diferentes drogas leves são parecidos. Por isso são enumerados conjuntamente.

a) Uso esporádico.

Os efeitos que produz a administração da droga em doses "normais" (não altas) e quando esta se toma em dose única ou sem chegar ao abuso são:

- Estado de ânimo: num primeiro momento, sensação de bem-estar; facilidade de expressão verbal; e mudanças qualitativas nas capacidades perceptivas e sensoriais. Depois, quando se passa o momento eufórico, depressão psíquica; disforia; fadiga.
- Capacidade de trabalho: maior rendimento naqueles sujeitos que quando a tomam se encontram sem fadiga; exaltação ou inibição de certas destrezas psicomotoras; reduz a fadiga e a insónia.
- Sexualidade: aumento da sensibilidade, particularmente nas mulheres, inicialmente, mas seguida de embotamento, apatia, frigidez. Se a dose é alta, nos homens pode produzir impotência. Aumento da fantasia.
- Audição: reduz a agudeza auditiva.
- Sistema cardio-vascular: taquicardia; subida da tensão arterial; vasoconstrição periférica.
- Irrigação cerebral: vasoconstrição das artérias cerebrais.

É interessante destacar que o uso esporádico de drogas leves costuma apresentar-se sob o pretexto de se pôr em forma. Na realidade, o que muitas vezes se oculta sob este pretexto é uma depressão leve ou certas crises de ansiedade e desespero perante as frustrações de cada dia, que o sujeito tolera muito mal. No entanto, não se valorizam do ponto de vista moral os efeitos da apatia, da depressão psíquica, a diminuição da capacidade de concentração, os riscos de incorrer em pecados de luxúria, não só pelo efeito afrodisíaco de algumas delas, como pela obnubilação de consciência que produzem.

b) Uso habitual.

Os efeitos que produz o uso habitual da droga são os seguintes:
- Estado de ânimo: diminuição da tolerância ao efeito eufórico. Disforia crescente: ânimo deprimido; irritabilidade; suspicácia; fobias; apatia. Mudança busca até psicose paranóide.
- Rendimento: diminuição progressiva do rendimento. Diminuição da memória e da capacidade de concentração.
- Estado vigil: reduz a sensação de fadiga durante os estados de privação do sono.
- Sexualidade: gradual redução da excitabilidade sexual nos homens: tendência à impotência. Hiperexcitabilidade ou frigidez sexual nas mulheres, segundo os casos.
Como consequência, tende-se a aumentar a dose e a periodicidade no consumo da droga a fim de conseguir os efeitos (no fundo - dizem - são só 'sensações') próprios do estado de euforia motivados pela sua administração. As pessoas que se encontram nesta situação, tendem a infravalorizar os aspectos negativos que foram assinalados, apoiando-se nos comentários doutros iniciados, que lhe tornam muito difícil escapar a essa dependência.
Não deve omitir-se, entre os efeitos, a desorganização considerável da estrutura da personalidade que submete a inteligência à servidão das chamadas 'sensações', nem sempre prazenteiras, e aniquila a capacidade motivadora de qualquer valor ou ideal, tornando impossível viver a virtude da temperança e outras virtudes.

c) Intoxicação:

- Psicose paranóide: alucinações auditivas e visuais. Delírio paranóide sem estado confusional. Grande estado de ansiedade. Impulsividade. Agressividade. Actos homicidas.
- Conduta estereotipada: actos compulsivos de tipo repetitivo, descuidando o próprio corpo, ingerindo um único tipo de alimentos, etc.
- Síndrome coreico: hipotonia muscular nas extremidades. Movimentos involuntários faciais, de mãos, cabeça (rotação, flexão, extensão).
- Síndrome de excitação: quadro de excitação psicomotora acompanhado de aumento de pressão sanguínea. Taquicardia. Hipertermia. Dilatação pupilar. Pele pálida e fria. Evolução a um quadro letal por colapso circulatório, etc.
- Síndrome disautonómico: grande ansiedade. Taquicardia motora. Pele pálida. Náuseas; vómitos. Convulsões generalizadas. Coma. Choque cardiovascular.
- Acidentes cerebrovasculares: hemorragia cerebral. Cefaleia intensa. Hemiparestesia. Hemiparesia.
- Condutas desajustadas e anti-sociais: o uso habitual da drogas leves bloqueia a nível do sistema nervoso a relação que articula os nossos actos com as suas consequências. O que antes era uma fonte motivadora, transforma-se agora em indiferença. Inclusivamente, após seis meses ou um ano sem consumir estas substâncias, o "indiferentismo", a apatia, o aborrecimento persistem. Nada apetece e nada satisfaz. É muito difícil que algum trabalho se destaque como uma tarefa com sentido, gratificadora ou que minimamente satisfaça. As condutas desajustadas e socialmente desadaptadas ou anti-sociais costumam ser uma constante neste período de desabituação, que pode prolongar-se durante um ou vários anos.

terça-feira, 3 de março de 2009

Droga mata em Portugal


Portugal é um dos países europeus onde o consumo de drogas causou mais mortes em 2005, além de ser onde se regista a maior incidência de Sida e VIH entre os consumidores de droga injectável.Uma elevada taxa de mortalidade entre os consumidores em 2005 e uma igualmente alta percentagem de infecções com Sida e VIH no conjunto de consumidores de drogas injectáveis são os pontos negros do relatório.
Cannabis estabiliza, cocaína aumenta
Enquanto o consumo de heroína e de droga injectada se tornam menos comuns, o uso de 'cannabis' poderá estar a estabilizar, após um período de crescimento constante, apontam os dados do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. Quase um quarto da população adulta da UE - cerca de 70 milhões de pessoas - experimentou a 'cannabis', e cerca de 7% (23 milhões) consumiram-na no último ano. Entre os mais jovens, o valor sobe para os 13%. Entretanto, três milhões de adultos europeus (1% da população) usam esta droga diariamente. Calcula-se que o número de pessoas que procurou tratamento devido ao consumo problemático de 'cannabis' tenha quase triplicado entre 1999 e 2005 (de 15 mil para 43 mil utentes). Esta é por isso uma das prioridades da agência da UE de informação sobre droga, que dirige a sua atenção para a análise do mercado e produção de 'cannabis'. Já a cocaína está novamente em crescimento, sendo a segunda droga ilegal mais popular na Europa, a seguir à 'cannabis'. 4,5 milhões de europeus entre os 16 e 64 anos terão consumido esta droga, contra os 3,5 milhões referenciados no relatório de 2006.
O outro lado - o positivo - está o facto de Portugal pertencer ao grupo de países com boas práticas na fiscalização da condução sob efeito de drogas e por ter centros de tratamento de toxicodependência destinados especificamente a jovens, aponta o mesmo documento. Elaborado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência sobre o problema da droga na União Europeia é hoje divulgado em Bruxelas. Capítulos individuais dedicados a drogas específicas revelam a situação europeia no que toca à prevalência e padrões de consumo, oferta e disponibilidade, tratamento e outras intervenções, sendo complementados por análises relativas a tendências novas e emergentes no consumo de drogas; políticas e legislações; resposta aos problemas de consumo de droga; doenças infecto-contagiosas e mortes relacionadas com o consumo de droga. Além dos 27 Estados-membros, também a Noruega e a Turquia integram este relatório anual sobre a Evolução do Fenómeno da Droga na Europa. Disponível em 23 línguas (21 da UE, norueguês e turco), inclui ainda três documentos em inglês dedicados a temas específicos como "Drogas e a condução", "Consumo de drogas entre os menores de 15 anos e problemas associados" e o"Impacto do consumo de cocaína e cocaína crack (fumável) na saúde pública".

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Cannabis não é uma droga !

“A CANNABIS não é uma droga, ela é uma erva misteriosa”Os produtos do tipo da cannabis, a marijuana e o haxixe, são tirados do cânhamo indiano – "cannabis sativa". Esta planta contém mais de 60 cannabinoides diferentes, ou seja, compostos activos. O mais activo desses elementos chama-se tetrahidrocannabinol (THC). Maconha (ou marijuana) é a planta logo após colhida e seca ao sol. Haxixe é extraído da resina pura das flores da Cannabis. Também é possível aumentar a potência da droga através de cruzamentos entre espécies diferentes e clonagem. A essas espécies alteradas geneticamente damos o nome de skunk. Durante a fase de intoxicação que é quando se sente os efeitos considerados agradáveis o usuário apresenta um avermelhamento dos olhos, aumento do apetite, ressecamento da boca e aceleração dos batimentos cardíacos.Tambem causa euforia, percepção alterada do tempo, perturbação da memória de curto prazo, redução da agressividade, um aumento da sensibilidade aos sons e uma experiência subjectiva de maior liberdade no poder associativo. Doses elevadas podem provocar alucinações, ilusões e sensações de paranóia, resultando em sintomas de uma psicose tóxica. Quanto ao fumo, é uma causa potencial de bronquite e cancro nos pulmões, a cannabis contém uma maior quantidade de substâncias cancerígenas que o tabaco, mas isto é compensado pelo facto de que é fumada em menores quantidades que o tabaco. O uso de cannabis também e utilizado na medicina, vem sendo ultimamente defendido para uso no controle da dor crónica e do enjôo causado por tratamentos para câncer. É aceite também no tratamento de glaucoma e pode ser usada contra a asma e o stress. Muitos pacientes com SIDA a utilizam para abrir o apetite e ganhar peso, reunindo forças para resistir. O THC é solúvel em gorduras e acumula-se nas células adiposas do corpo, sendo liberado posteriormente e expelido do organismo pela urina, o THC permanece no organismo até três meses após o último uso, só que em concentrações tão baixas e tão disperso que é impossível de detectar com exames comuns. Os exames de sangue e urina que detectam o uso de drogas, funcionam através de reagentes que servem especificamente para isso e custam bem mais caro que os reagentes comuns, usados para fins médicos. . Portanto, se você for fazer um exame e quer ter certeza absoluta de que o resultado será negativo, você deve deixar de consumir canabinóides (maconha ou derivados que contenham THC) pelo menos 40 dias antes do exame. No dia do exame é preciso beber muita água. Para limpar ainda mais o organismo, você deve urinar várias vezes no dia do exame, e cada vez que urinar você deve beber mais água em seguida. Não use bebidas alcoólicas por no mínimo uma semana antes do exame, pois o álcool dificulta a absorção de THC pelo organismo. Tente não ter um consumo exagerado de cannabis porque com isso está a alimentar o terrorismo capitalista e toda a sua escumalha, a melhor solução é plantar no seu quintal umas folhas e convidar os seus amigos para a colheita. Já agora se não concordarem com algo mencionado neste texto fumem um (charro,baseado,bob…) e lembrem-se LEGALIZAÇÃO = LIBERDADE

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

tipos de drogas (álcool)

Álcool

Aspectos históricos
Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano data de aproximadamente 6000 a.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exemplos na mitologia, sendo talvez um dos factores responsáveis pela manutenção do hábito de beber ao longo do tempo.
Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um remédio para todas as doenças, pois "dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do gálico usquebaugh, que significa "água da vida").
A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, consequentemente, gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema devido ao uso excessivo de álcool.


Aspectos gerais
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele actua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos para sociedade e envolvendo questões, médicas, psicológicas, profissionais e familiares.


Efeitos agudos
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora.Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool.O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, tem uma maior probabilidade de sentir esses efeitos.


Álcool e Trânsito
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Neste sentido, segundo a legislação brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em Janeiro de 1998) deverá ser penalizado todo o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja ou três copos de chupe), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados (duas doses).

Alcoolismo

Conforme já citado neste texto, a pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo". Os factores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes factores. A dependência do álcool é uma condição frequente, atingindo cerca de 5 a 10% da população adulta brasileira.A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos sinais do beber problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do "grande desejo" de beber e da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência.A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo crónico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo caracterizada pelo tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrointestinais, distúrbios de sono e um estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência severa ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas acima referidos, caracteriza-se por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e espaço.
Efeitos no resto do corpo
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais frequentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são frequentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração). Também são frequentes os casos de poli neurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e cãibras nos membros inferiores.
Durante a gravidez
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer consequências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite o consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação como também durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebé através do leite materno.Cerca de um terço dos bebés de mães dependentes do álcool, que fizeram uso excessivo durante a gravidez, são afectados pela "Síndrome Fetal pelo Álcool". Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As crianças severamente afectadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de acordo com a gravidade do caso.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Brasileiros são mais dependentes em álcool, tabaco e maconha

A pesquisa mais recente sobre drogas verificou que 11,2 % da população brasileira é dependente de bebidas alcóolicas, 9% de tabaco e 1% de maconha. No primeiro levantamento domiciliar sobre drogas, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), foram ouvidas 8.589 pessoas de 12 a 65 anos, entre outubro e dezembro de 2001, nos 107 municípios com população superior a 200 mil habitantes.
Não fizeram parte da estatística, as pessoas que utilizam drogas esporadicamente. A freqüência de uso diferencia o usuário ocasional do dependente. Nem todos os usuários de drogas vão se tornar dependentes. Alguns continuarão usando-as de vez em quando, enquanto que outros não conseguirão controlar o consumo, usando-as de forma intensa, em geral quase todos os dias, e agindo de forma impulsiva e repetitiva. O grande problema é que não dá para saber entre as pessoas que começam a usar drogas, quais serão usuários ocasionais e quais se tornarão dependentes.
"Uma grande parte das pessoas se envolverá em uso ocasional, porém outra parte se tornará dependente, possivelmente devido a uma memória que a droga cria no cérebro. Memória esta que é despertada principalmente em diversas situações emocionais e ambientais. Nessas situações, através de mecanismos desconhecidos, o indivíduo sente necessidade da droga. Existem vários modelos propostos para explicar este fenômeno, mas nenhum comprovado definitivamente", afirma Ivan Braun, médico supervisor de residentes junto ao
Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
A predisposição biológica maior de algumas pessoas pode explicar, em parte, porque alguns usuários se tornarão dependentes. Essa predisposição, de acordo com Braun, está relacionada a diferenças na metabolização das drogas, ou seja, o efeito das drogas sobre o cérebro, mais especificamente, sobre os sistemas de gratificação cerebrais. Há também a predisposição genética. A incidência de alcoolismo em filhos de pais dependentes de álcool é de três a quatro vezes maior do que entre os filhos de não dependentes. Estudos em gêmeos também tendem a confirmar esta predisposição.
Dependência é doençaAs bebidas alcoólicas são as drogas cujo consumo é mais antigo e abrangente. Por isso, a dependência do álcool foi a primeira a ser debatida e foi a que norteou a evolução do conceito da dependência das demais drogas. Na versão atual da Classificação Internacional das Doenças (CID) foram incluídas a síndrome de dependência do álcool - que substitui o termo alcoolismo - e de todas as substâncias psicoativas em uma mesma categoria, a de Transtornos Mentais de Comportamento decorrentes do uso de substâncias. A drogadicção vem sendo considerada uma doença recidivante e crônica, caracterizada pela busca e consumo compulsivo de drogas.
Ana Regina Noto, do
departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Cebrid, destaca que o início dos debates sobre o uso problemático de bebidas alcoólicas girou em torno de duas posições divergentes: o conceito moral e o conceito médico. Durante muitos anos imperou a visão moralista, para qual o uso de álcool e outras drogas era considerado uma falha de caráter. Esse conceito representou um grande obstáculo na consideração do uso de drogas como um problema de saúde.
Atualmente, a síndrome de dependência é definida na CID como "um conjunto de fenômenos fisiológicos ou comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância, ou de uma classe de substâncias, alcança uma prioridade muito maior para um determinado indivíduo que outros comportamentos que antes tinham maior valor. Uma característica descritiva central da síndrome de dependência é o desejo de consumir drogas psicoativas, álcool ou tabaco. Pode haver evidência de que o retorno ao uso da substância, após um período de abstinência, leva a um reaparecimento mais rápido de outros aspectos da síndrome do que o que ocorre com indivíduos não dependentes".
Alterações fisiológicas e comportamentaisA medicina define droga como sendo qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. As drogas são classificadas como depressoras, estimulantes ou perturbadoras da atividade do Sistema Nervoso Central (SNC). As depressoras da atividade do SNC são as que diminuem a atividade do cérebro, deixando o indivíduo "desligado". Entre as drogas desse tipo estão o álcool, os medicamentos barbitúricos (promovem o sono) e os ansiolíticos (calmantes), inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores).
As substâncias que aumentam a atividade do cérebro, ou seja, estimulam o funcionamento fazendo com a pessoa fique "ligada", "elétrica" são as estimulantes do SNC. As principais são as anfetaminas, nicotina e cocaína. O terceiro grupo é constituído pelas drogas que agem modificando qualitativamente a atividade do cérebro. As drogas pertubadoras, tais como a maconha e os anticolinérgicos, fazem com que o cérebro funcione fora do seu padrão normal.
As alterações cerebrais e os prejuízos no funcionamento do organismo são específicos para cada droga. Os efeitos neurológicos do uso contínuo da maconha são a dificuldade de aprendizado, retardamento de raciocínio e lapsos de memória. Mais graves são as conseqüências da cocaína. Seu uso está associado a complicações cardiovasculares e neurológicas graves. Um estudo realizado pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), do departamento de Psiquiatria da Unifesp, em 30 dependentes de cocaína, verificou que 80% apresentavam alterações funcionais cerebrais, acompanhadas, em alguns casos, de comprometimento de funções cognitivas.
No âmbito da saúde pública, as drogas mais preocupantes são o álcool e o tabaco. O álcool é responsável por mais de 80% dos casos de internações hospitalares por dependência. Um em cada 10 homens brasileiros é ou já foi dependente de álcool. Os danos cerebrais causados pelo álcool são provavelmente irreversíveis a partir de um certo grau de comprometimento.
Entre as 25 doenças relacionadas ao hábito de fumar são causas de morte, em ordem de incidência, as doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias. A expectativa de vida de um indivíduo que fuma é 25% menor que a de um não fumante.
As alterações na função cerebral persistem por muito tempo depois da pessoa parar com o uso da substância. É a síndrome da abstinência. Na falta da droga os dependentes podem apresentar uma série de sintomas. No caso da maconha, os principais sintomas são irritabilidade, ansiedade, dificuldade para dormir, falta de apetite, dor de estômago e depressão. No caso de dependentes de álcool, a abstinência pode ocasionar desde um tremor nas mãos a náuseas, vômitos e ansiedade.
Mudanças diferem entre adolescentesA dependência provoca reações comportamentais diferentes entre os adolescentes. As mudanças de comportamento são mais evidentes nos meninos. Envolvimento com a polícia, atraso e abandono escolar são mais comuns entre os garotos. Já os sintomas depressivos são mais freqüentes nas meninas.
Pesquisadores do Grea analisaram prontuários de 105 adolescentes de 10 a 17 anos, tratados no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP entre 1993 e 2000, constataram que 90% dos meninos têm atraso escolar acima de um ano, enquanto que nas meninas a porcentagem é de 66%. Por causa das drogas, 78% dos meninos abandonaram a escola contra 52% das meninas.Os meninos e meninas tratados no Instituto de Psiquiatria começaram a usar drogas com a mesma idade (em média, aos 12 anos). Não há diferença entre os gêneros quanto ao tipo de substância consumida. O álcool é consumido por 100% deles, a maconha por 86,7% e a cocaína por 73,3% das meninas e 64,4% dos meninos. O motivo para o início do uso da droga, em ambos os sexos, é a curiosidade. Essa foi a razão apontada por 78,3% dos meninos. O índice entre as meninas sobe para 81,8%.
Uso de álcool na gravidez traz riscos ao bebê
A ingestão de álcool durante a gravidez pode acarretar uma série de problemas na formação do feto. A manifestação mais severa é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) que causa desde malformações craniofaciais, retardamento no crescimento até a incapacidade de desenvolvimento mental.
O fato de um grande número de mulheres beberem socialmente e a maioria das gestações não serem planejadas aumentam o risco de ocorrer a SAF. "Pode haver um desconhecimento do estado gestacional nos primeiros meses. Isso implica muitas vezes na exposição do embrião ao etanol, principalmente no período mais crítico e sensível da gestação", explica Cristiana Corrêa, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Geralmente, a incidência da SAF oscila entre 0,4 a 3,1 casos por 1000 nascimentos. Entre os filhos de mães alcoolistas estima-se que 30% a 40% dos recém nascidos venham a apresentar a doença. Ainda não foi definida a quantidade mínima de álcool ingerida capaz de afetar o feto.
As maiores conseqüências da SAF são: restrição no crescimento, com decréscimo inferior a 10% no peso e no comprimento; envolvimento do Sistema Nervoso Central, apresentando, entre outros problemas, disfunção comportamental, hiperatividade e dificuldade de adaptação social, e anomalias faciais.
A prevenção da SAF, na opinião de Corrêa, só será possível através de um sistema articulado de intervenção terapêutica na mãe alcoolista, programas educacionais nas comunidades, identificação precoce da doença e acompanhamento das crianças afetadas pela síndrome.
Liliane Castelões



Drogas pertubadoras !!

As drogas perturbadoras são aquelas relacionadas à produção de quadros de alucinação, geralmente de natureza visual. Fazem com que o cérebro passe a funcionar de maneira perturbada.



CANNABIS: MACONHA E HAXIXEA :cannabis é a droga mais consumida no mundo. Apesar de ser tratada muitas ve-zes como uma droga mais leve, o uso da maconha pode ser bem mais arriscado do que parece. A cannabis está cada vez mais potente – e com isso há mais riscos de dependência.
Maconha é o nome dado no Brasil à cannabis sativa em erva, também conhecida como marihuana. Da compressão das flores da Cannabis Sativa também se obtém a resina chamada haxixe. Os efeitos são parecidos com os da maconha, só que mais fortes.O princípio ativo da cannabis é o THC, que causa perturbação no funcionamento do cérebro, muda a noção de tempo e do espaço,
prejudica a coordenação motora e a capacidade de atenção e memória. Os olhos tendem a ficar vermelhos, a saliva diminui, algumas pessoas sentem angústia, taquicardia,
ansiedade e tremedeira. O uso intenso e contínuo pode provocar falta de motivação. Apesar de muita gente achar que a maconha não vicia, com o aumento da potência da droga ao longo dos anos, novos estudos mostram que está cada vez mais difícil abandonar seu uso.
Nota : ~ As drogas, na antigüidade, estiveram presentes em rituais de diversas culturas. Os tipos de drogas usadas, os rituais e o significado do consumo variam a cada fase da história.


AYAHUASCA
A ayahuasca é uma bebida preparada com duas plantas alucinógenas, caapi e chacrona, normalmente usadas em rituais religiosos como uma "porta" para a transcendência. Entre seus efeitos estão: dilatação das pupilas, suor excessivo, taquicardia, náusea e vômitos. Pode causar acessos de pânico e delírios de grandeza e perseguição.
ANTICOLINÉRGICOS
Os anticolinérgicos são drogas que podem ser produzidas em laboratório e usadas como medicamentos no tratamento de algumas doenças, como o Mal de Parkinson. Podem ainda ser provenientes de plantas como a saia branca, a trombeteira e a zabumba.
Entre os efeitos estão alucinações e delírios, sendo comum a sensação de perseguição. A pupila dilata, a boca seca e o coração pode disparar. Há o risco de convulsões, com o aumento da temperatura corporal.
Os efeitos são bastante intensos, podendo durar vários dias.
ÁCIDO
O LSD – ou ácido lisérgico – é uma subs-tância sintética, produzida em laboratório. É usado habitualmente por via oral, em forma de pequenos "selos", mas também pode ser misturado com tabaco e fumado.
Pequenas doses já produzem efeitos intensos, que costumam durar de 4 a 12 horas. Pode causar euforia, excitação, sensação de bem-estar e tranqüilidade ("boa viagem") ou depressão, sensação de pânico, enjôos e tremores ("viagem ruim" ou bad trip).
Sob o efeito da droga, o usuário pode perder a noção de riscos e cometer atos impulsivos ou envolver-se em atividades perigosas sem perceber o que está fazendo. Delírios de perseguição e grandeza também são comuns. Em alguns casos, o usuário pode voltar a ter alucinações semanas ou meses depois de ter consumido a droga.
Nota : ~
O uso de drogas injetáveis está entre as principais causas da infecção por HIV/Aids na América Latina.Fonte: Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), do qual o UNODC é co-patrocinador.




terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Droga e os seus efeitos

Nos quadros seguintes apresenta-se informação diversa relativa aos efeitos das drogas.
Caracterização das drogas segundo o perigo de provocar dependência física, psíquica e tolerância
Droga
Dependência física
Dependência psíquica
Tolerância
Tabaco
+
+ +
+
Canabinóides
-
+ +
+
LSD
-
+
-
Inalantes
+
+ +
+ + +
Álcool
+ + + +
+ + +
+ +
Benzodiazepinas
+
+ +
+
Anfetaminas
+ +
+ + +
+ + + +
Ecstasy
-
+
-
Cocaína
-
+ + + +
-
Heroína
+ + + +
+ + + +
+ + + +
Metadona
+ + +
+ + +
+ + +
Cafeína
+
+ +
+
Legenda: inexistente (-); ligeira (+); média (++); forte (+++); muito forte (++++)
Nota: algumas drogas, quando consumidas de forma abusiva, embora levem o utilizador a fazer crescer os seus consumos, deixam progressivamente de fazer efeito mesmo com o aumento da dose: é o caso da cocaína, do ecstasy e, sobretudo, do LSD. No caso específico da cocaína é comum os seus utilizadores lembrarem-se saudosamente dos efeitos sentidos nas primeiras tomas, convertendo-se a sua dependência, de alguma forma, numa procura inglória da mesma "euforia" sentida no início.
Caracterização das drogas segundo a sintomatologia do síndrome de abstinência
Droga
Sintomas de abstinência
Opiáceos
(ex.: heroína)
Ansiedade e dispneia, mídriase (dilatação das pupilas), lacrimejo, rinorreia, calafrios, "pele de galinha", tremores e convulsões, hipertensão, diarreia e vómitos com consequente desidratação que em casos raros e extremos poderá levar à morte.
Benzodiazepinas
Insónia, desmaios, tremores e, em casos raros e extremos, febre, convulsões, delírios e coma.
Álcool
Nos casos ligeiros: tremores.
Nos casos graves: delirium tremens (delírios e alucinações, geralmente "visualização" de insectos nas paredes, tecto, etc.).
Anfetaminas
Cocaína
Depressão (por vezes grave, com risco de suicídio), apatia, sonolência, dores musculares.
Cafeína
Irritabilidade, nervosismo, entorpecimento intelectual.
Nicotina
Irritabilidade e ansiedade, cefaleias (dor de cabeça), secura da boca, obstipação.
Fonte: adaptado de "Casas J. Todo lo que deben saber sobre la drogadicción y otras toxicomanías, De Vecchi, Espanha, 1987"
Nota: os canabinóides, o LSD e o ecstasy têm sintomas de abstinência muitíssimo ligeiros, e apenas em casos raros e extremos.

Caracterização das drogas segundo os efeitos imediatos (positivos e negativos) e efeitos tardios do consumo contínuo
Droga
Efeitos imediatos

Efeitos tardios do
consumo contínuo
Positivos
são os que o toxicodependente procura
Negativos
mais frequentes na sobredosagem e em fases tardias do consumo continuado
Opiáceos
(ex.: heroína)
Elimina a ansiedade e depressão, promove a confiança, euforia e extremo bem-estar
Cólicas abdominais, confusão mental, convulsões, paragem respiratória por inibição dos Centros Respiratórios e, se não houver assistência terapêutica rápida, a morte
Anorexia, emagrecimento e desnutrição, obstipação, impotência ou frigidez sexual, esterilidade, demência, confusão e infecções várias (hepatites, Sida, endocardites quando a administração é endovenosa)
Benzodiazepinas
Elimina a ansiedade e a tensão muscular. Promove a desinibição psicológica e o sono "para dormir e esquecer"
Diminuição da coordenação motora, do equilíbrio, hipotensão, bradicárdia, paragem respiratória e morte
Emagrecimento, ansiedade, irritabilidade e agressividade, grande labilidade emocional, depressão com risco de suicídio
Álcool
Igual às benzodiazepinas
Igual às benzodiazepinas
Polineurite, impotência ou frigidez sexual, amnésia, diplopia (visão dupla), cirrose hepática, labilidade emocional, agressividade extrema e demência irreversível (devido à destruição irreversível de células cerebrais)
Inalantes
(tintas, lacas, colas, gasolina, solventes, aerossóis, etc.)
Igual às benzodiazepinas
Embriaguez, alucinações, diplopia (visão dupla), paragem respiratória, coma e morte
Doenças graves do fígado, rim e sangue (leucemias), e demência irreversível
Anfetaminas
Ecstasy
Cocaína
Estado de grande auto-confiança, euforia e energia. Aumento efémero da capacidade de concentração, memorização, rapidez de associação de ideias, maior força muscular e diminuição da fadiga, sono, fome, sede ou frio
Secura da boca, suores, febre, hipertensão e arritmias cardíacas, irritabilidade, agressividade, tremores e convulsões, delírios paranóides
A exaustão contínua pode provocar desidratação, problemas cardíacos, renais e morte
A cocaína está frequentemente associada à perfuração do septo nasal
Emagrecimento, irritabilidade, delírios paranóides (sensação de ser perseguido por organizações secretas, etc.)
A perfuração do septo nasal é uma complicação típica do consumo inalado de cocaína
O ecstasy está raramente associado a crises de flashback
Canabinóides
Elimina a ansiedade e promove sensação de bem-estar, desinibição, maior capacidade de fantasiação, visualização da realidade com mais intensidade (cores e sons mais distintos)
Secura da boca, reacções de ansiedade e pânico (paradoxalmente mais comuns em fumadores experientes), agressividade e, excepcionalmente, alucinações
Pode desencadear uma doença mental (psicose) nos raros indivíduos predispostos
Síndrome "amotivacional" (provavelmente apenas em grandes consumidores predispostos)
Alucinogénios
(ex.: LSD)
Forte exaltação das percepções sensoriais (cores e sons mais intensos), sinestesias (transferências das impressões de um sentido para outro: ouve-se cores e vê-se sons). Sensação de levitação, despersonalização mística em que o indivíduo se sente unido ao Universo deixando de ser uma unidade individualizada
Má viagem ou "bad trip" em que o consumidor tem sensação intensa de pânico e delírios paranóides que podem durar até cerca de 2 dias
Estas reacções descontrolados provocam ocasionalmente acidentes mortais
Crises psicóticas com delírios e alucinações
Flash-backs ou períodos efémeros nos quais o ex-consumidor volta a sentir os efeitos do consumo até um ano depois de deixar de consumir
Tabaco
Relaxamento psicológico, facilitador da concentração
Aumento do ritmo cardíaco e hipertensão, tosse e problemas cardíacos e vasculares graves em indivíduos predispostos
Doenças pulmonares e cancros
Doenças vasculares (enfarte do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, gangrena dos membros e impotência sexual)

O que são as drogas

Todo mundo já tem uma ideia do significado da palavra droga. Em linguagem comum, de todo dia ("Ah que droga" ou " logo agora droga" ou ainda, "esta droga não vale nada!") droga tem um significado de coisa ruim, sem qualidade. Já em linguagem médica, droga é quase sinonimo de medicamento. O termo droga teve origem na palavra droog (holandês antigo) que significa folha seca , isto porque antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais. Actualmente, a medicina define droga como sendo: qualquer substância que é capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento.
A palavra psicotrópico é composta de duas outras: psico e trópico. Psico é fácil de se entender, pois é uma palavra grega que significa nosso psiquismo (o que sentimos, fazemos e pensamos, enfim o que cada um é). Mas trópico não é como alguns podem pensar, referente a trópicos, clima tropical... A palavra trópico aqui relaciona-se com o termo tropismo que significa ter atracão por. Então psicotrópico significa atracção pelo psiquismo e drogas psicotrópicas são aquelas que actuam sobre o nosso cérebro, alterando nossa maneira de sentir, de pensar e, muitas vezes, de agir. Mas estas alterações do nosso psiquismo não são sempre no mesmo sentido e direcção. Obviamente elas dependerão do tipo de droga psicotrópica que foi ingerida.O Sistema Nervoso Central (SNC), contido na caixa craniana, tem como principal órgão o cérebro. Dependendo da acção no cérebro, as drogas psicotrópicas são divididas em três grandes grupos.Um primeiro grupo é aquele de drogas que diminuem a actividade do nosso cérebro, ou seja, deprimem o funcionamento do mesmo, o que significa dizer que a pessoa que faz uso desse tipo de droga fica "desligada", "devagar", desinteressada pelas coisas. Por isso estas drogas são chamadas de Depressoras da Actividade do Sistema Nervoso Central
Num segundo grupo de drogas psicotrópicas estão aquelas que actuam por aumentar a actividade do nosso cérebro, ou seja, estimulam o funcionamento fazendo com a pessoa que se utiliza dessas drogas fique "ligada", "eléctrica", sem sono. Por isso essas drogas recebem a denominação Estimulantes da Actividade do Sistema Nervoso Central.Finalmente, há um terceiro grupo, constituído por aquelas drogas que agem modificando qualitativamente a actividade do nosso cérebro; não se trata portanto, de mudanças quantitativas como de aumentar ou diminuir a actividade cerebral. Aqui a mudança é de qualidade. O cérebro passa a funcionar fora do seu normal e a actividade cerebral fica perturbada. Por essa razão este terceiro grupo de drogas recebe o nome de Perturbadores da Actividade do Sistema Nervoso Central

Origem da Droga

A maconha Maconha, marijuana, diamba, liamba, fumo de angola são alguns dos nomes populares da Cannabis. Originária da Ásia Central e Ocidental, a maconha se estendeu por todas as regiões temperadas e quentes até a Índia (nota 7). Há mais de 2.000 anos a.C. a maconha já era conhecida na Índia, china e Egito pelos seus efeitos medicinais. Suas fibras, longas e flexíveis, também já eram empregadas desde a mais remota antiguidade na manufatura têxtil. Não se sabe ao certo desde quando os asiáticos preparam o haxixe, mas a origem de seu nome é atribuída a uma lenda que pode dar indícios de sua antiguidade. Conta a lenda que houve no Líbano um príncipe, Hassabem-Samar-Homaisi, apelidado de velho da montanha, que viveu por volta de 1.090 e 1.160 d.C. Dizia-se que o príncipe conseguia tudo o que queria, até mesmo o assassinato de seus adversários mediante a ação do haschisch (nota 8). O príncipe fazia com que seus soldados tomassem o haschich para fanatizá-los e dar-lhes, assim, fúria e intrepidez quando fossem assassinar os inimigos. A lenda chamou-lhe, por isto, príncipe dos haschichinos, daí a origem árabe da palavra assassino (nota 9). Curiosidades à parte, até o início do século a maconha era empregada, inclusive no Brasil, no tratamento de pessoas com asma. Naquela época, à semelhança de outras drogas cujo consumo hoje é proibido por lei, a maconha era vendida como uma espécie de maravilha curativa. Entre 1842 e 1900, a erva respondia por metade do receituário médico prescrito nos Estados Unidos (nota 10: Veja, 07/06/95). No Brasil do início do século, o uso da maconha era restrito aos morros e favelas. Entre os intelectuais e milionários que iam estudar na Europa, o uso da morfina já era uma moda, assim como o da cocaína entre artistas e membros da alta sociedade. Entretanto, o maior ímpeto repressivo era aplicado sobre os usuários da maconha, que eram acusados de envolvimento com a criminalidade (nota 11). A partir dos anos 60 podem ser observadas mudanças no perfil do usuário da maconha. Saindo dos meios miseráveis, a maconha conquistou a classe média, especialmente a geração hippie e os jovens. O aumento da criminalidade deixa então de ser associado com os usuários da maconha e passa a ser relacionado com a estrutura do tráfico. A coca e a cocaína A coca é o nome popular do gênero Erytroxylum, que tem cerca de 250 espécies em todo o mundo. As únicas que contêm cocaína são as duas espécies sul-americanas: Erytroxylum coca e Erytroxylum novogranatensis. A Erytroxylum coca é originária da Bolívia e do Peru e tem duas variedades: a coca e o epadú. Esta espécie é considerada de melhor qualidade e é a mais usada para a fabricação da cocaína, já que tem um maior teor deste alcalóide. A Erytroxylum novogranatensis cresce no Peru e na Colômbia e também tem duas variedades: a novogranatensis propriamente dita (de Nueva Granada) e a variedade truxillense (a coca de Trujillo). Também chamada de tupa coca, coca noble ou coca dulce, a truxillense era preferida pelos incas pelo seu gosto mais doce. É esta coca que é exportada legalmente para a fabricação de refrigerantes (nota 12). Segundo Cabieses (1992), desde épocas imemoriais a coca vem sendo reverenciada pelos povos da região andina e, em alguns casos, chegou a ser considerada uma divindade. Fazia parte de uma multiplicidade de cerimônias religiosas, ritos funerais e mágicos em quase todas as culturas pré-colombianas desta região. Seu efeito sobre o organismo humano abolindo a fadiga, a dor e a fome sempre foi considerado como algo sobrenatural e seu culto não somente teve uma importância religiosa, mas também política ao extremo de que uma das imperatrizes, esposa do inca Mayta Ccapac, adotou o nome sagrado de Mama Coca (nota 13: CABIESES, Fernando. Op. cit.). Em tempos pré-incaicos, era um costume generalizado, freqüente em todas as classes sociais e econômicas, colocar pequenas bolsas (chuspas) cheias de folhas de coca nos túmulos para reconfortar o morto em sua viagem prolongada até o “outro lado”. Segundo Cabieses (1992), esse costume manteve-se também em período incaico, mas o consumo da coca durante a vida era um privilégio muito exclusivo da elite imperial e o cidadão comum só a consumia em ocasiões muito especiais. Durante a conquista espanhola, a coca se converteu em centro de uma agitada discussão. Depreciada pelos conquistadores que consideravam seu uso um hábito repugnante, as massas indígenas, famintas e fatigadas, passaram a ter fácil acesso à coca. Aliás, esta era um barato substituto do salário e da alimentação do trabalhador índio (nota 14: CABIESES, Fernando. Op. cit.). Seu uso se generalizou durante a colonização. Entretanto, a coca não constitui apenas um mero estimulante capaz de aliviar a dor e o cansaço, mas também um meio essencial de integração social e de solidariedade humana no mundo andino. Chamada por Cabieses de “filha maldita da coca”, a cocaína foi sintetizada em 1857 pelo alemão Albert Niemman, que publicou sua descoberta em 1860. Em 1863, Angelo Mariani já havia consolidado seu uso em Paris. A coca era vendida em chás, elixires e nos vinhos Mariani, que logo ficaram muito populares por toda a Europa. O sucesso destes produtos logo chegou aos Estados Unidos, onde eram comercializados pelos laboratórios Parke Davis. O prestígio dos cordiales da coca e dos vinhos Mariani era tanto que estes produtos chegaram a ser recomendados por Thomas Edson e pelo presidente Mac Kinley (nota 15: CABIESES, Fernando. Op. cit.). Sua popularidade desde então passou por altos e baixos. Inicialmente vendida como a panacéia de todos os males, a cocaína foi perdendo o prestígio quando foram descobertos seus efeitos perigosos, até ser finalmente proibida pela Convenção de Haia, em 1912. Os opiáceos (nota 16) As propriedades calmantes, soníferas e anestésicas do ópio já são conhecidas há mais de 4.000 anos. O ópio é extraído da papoula, planta anual herbácea da família das papaceráceas. Originária da região mediterrânea oriental, a papoula está adaptada aos climas quentes. O processo de extração de seu sumo é relativamente complexo, portanto, os antigos comiam a flor inteira ou a maceravam para obter o sumo (nota 17). Na Mesopotâmia, os sumérios curavam doenças com infusões obtidas a partir da papoula. Mais tarde, os assírios e depois os babilônios herdaram a arte de extrair o suco leitoso dos frutos para fazer remédios. Hipócrates foi um dos primeiros a descrever seus efeitos medicinais contra diversas enfermidades. Mais tarde, um médico grego em Roma, dois séculos depois de Cristo, padronizou a preparação do ópio com uma fórmula (o mitridato) que receitava aos gladiadores. Por volta do século VII, turcos e árabes islâmicos da Ásia Ocidental descobriram que efeitos mais poderosos da droga eram obtidos pela inalação da fumaça do suco da papoula solidificada. Ampliam seus cultivos e passam a obter grandes lucros com sua comercialização em novos mercados. Seu uso logo se difundiu na Índia e na China, para aliviar a dor, a fome e as agruras da subnutrição. Apenas no começo do século XI é que os médicos árabes notam que o organismo desenvolve tolerância aos efeitos do ópio, isto é, que uma pessoa precisa usar mais ópio para obter os mesmos efeitos de antes. No começo do século XVI, o uso do ópio já era difundido pela Europa, mas diminui quando a Igreja Católica passa a controlar os remédios. Nesta época, um médico e alquimista suíço, Paracelso, elaborou um concentrado de suco de papoula - o láudano. As teorias de Paracelso e as de seus seguidores de que o uso do láudano tinha o poder de curar muitas doenças e até de rejuvenescer, disseminaram o seu uso em todo o mundo ocidental tornando-o popular durante o século XVIII. Com a expansão das rotas comerciais, o ópio já se tornara uma droga universal. No início do século XIX, autorizada pela Coroa britânica, a Companhia das Índias Ocidentais passa a deter o monopólio da venda do ópio no sudeste asiático e chegam ao controle do comércio com o oriente, até então dominado pelos árabes. As guerras do ópio na China, já suficientemente conhecidas, só tem seu desfecho em 1856, com o Tratado de Nanquim. Em 1803, Frederick Sertuener, um cientista alemão, tendo observado que os diferentes subprodutos da papoula produziam diferentes efeitos, procurou isolar os elementos narcóticos do ópio. No mesmo ano, obteve um cristal alcalóide de efeitos muito intensos a que denominou morfina. Seu uso popularizou-se sobretudo a partir de meados do século XIX, devido à invenção e ao aperfeiçoamento da seringa hipodérmica, que tornou a aplicação da droga mais eficaz, dada a rápida absorção pela corrente sanguínea. Em 1874, C. R. Wricht, um químico inglês, sintetizou a diacetilmorfina, que só 25 anos depois ficou conhecida do público. Em 1898, Heinrich Dresser, um químico da Bayer, também obteve a diacetilmorfina. Logo, a empresa alemã Bayer iniciou a produção industrial da substância, batizando-a com o nome de heroína que, com o tempo, deixou de ser marca comercial tornando-se o nome comum da droga. No final do século XIX, a heroína foi objeto de intensa campanha comercial. Era indicada contra a tosse e outras enfermidades. Entretanto, os pesquisadores logo descobrem que a heroína produzia a mesma dependência característica da morfina. A Bayer suspendeu a propaganda, mas continuou a distribuir o produto, que permaneceu disponível por toda uma geração em laboratórios de todo o mundo. Nenhuma droga teve o prestígio medicinal do ópio e de seus derivados. Cola de sapateiro e lança-perfume – Possuem substâncias classificadas entre as drogas inalantes. O toluene é o ingrediente ativo na cola. Tem efeito similar ao do álcool: euforia, perda da coordenação motora e, no extremo, vômitos e coma. Descoberto no século XIII e usado como anestésico, o éter, principal ingrediente do lança-perfume, passa a ter uso recreativo por volta de 1700, na Inglaterra. A substância deprime o sistema nervoso e pode provocar gastrite e enfarte.
Tipos de Drogas

Drogas estimulantes
As drogas estimulantes mais conhecidas são as anfetaminas, a cocaína e seus derivados. As anfetaminas podem ser ingeridas, injetadas ou inaladas. Sua ação dura cerca de quatro horas e os principais efeitos são a sensação de grande força e iniciativa, excitação, euforia e insônia. Em pouco tempo, o organismo passa a ser tolerante à substância, exigindo doses cada vez maiores. A médio prazo, a droga pode produzir tremores, inquietude, desidratação da mucosa (boca e nariz principalmente), taquicardia, efeitos psicóticos e dependência psicológica.

A cocaína também pode ser inalada, ingerida ou injetada. A duração dos efeitos varia, as a chamada euforia breve persiste por 15 a 30 minutos, em média. Nos primeiros minutos, o usuário tem alucinações agradáveis, euforia, sensação de força muscular e mental. Os batimentos cardíacos ficam acelerados, a respiração torna-se irregular e surge um quadro de grande excitação. Depois, ele pode ser náuseas e insônia. Segundo os especialistas, em pessoas que têm problemas psiquiátricos, o uso de cocaína pode desencadear surtos paranóides, crises psicóticas e condutas perigosas a ele próprio ou a terceiros. Fisicamente, a inalação deixa lesões graves no nariz e a injeção deixa marcas de picada e o risco de contaminação por outras doenças (DST/aids). Em todas as suas formas, causa séria dependência, sendo o crack o principal vilão.

Drogas depressoras
No conjunto das drogas depressoras, as mais conhecidas são o álcool, os soníferos, a heroína, a morfina, a cola de sapateiro, os remédios ansiolíticos e antidepressivos (barbitúricos) e seus derivados. Seu principal efeito é retardar o funcionamento do organismo, tornando todas as funções metabólicas mais lentas.

A heroína é uma substância inalável. Excepcionalmente, pode ser injetada, o que leva a um quadro de euforia. Quando inalada, porém, resulta em forte sonolência, náuseas, retenção urinária e prisão de ventre – efeitos que duram cerca de quatro horas. A médio prazo, leva à perda do apetite e do desejo sexual e torna a respiração e os batimentos cardíacos mais lentos. Instalada a dependência, o organismo apresenta forte tolerância, obrigando o usuário a aumentar as doses. A superdosagem pode resultar em coma e morte por insuficiência respiratória.

Os derivados da morfina apresentam efeitos muito parecidos com os da heroína, porém, com características euforizantes menores. Seu efeito depressor é explorado pela Medicina há várias décadas, principalmente no alívio da dor de pacientes com câncer em estado terminal.

Outra preocupação constante dos médicos é o uso abusivo dos antidepressivos, soníferos e ansiolíticos (barbitúricos). Para pessoas que têm doenças psiquiátricas, como as depressões e os distúrbios de ansiedade, estas drogas são extremamente importantes, pois o tratamento adequado atenua o mal-estar e permite que o indivíduo leve uma vida normal. No entanto, só um médico é capaz de identificar quem deve usar e em que dosagem. Como o próprio nome indica, os antidepressivos aliviam a ansiedade e a tensão mental, mas causam danos à memória, diminuição dos reflexos e da função cardiorrespiratória, sonolência e alterações na capacidade de juízo e raciocínio. A conduta do usuário é muito parecida com a do dependente alcoólico. Em pouco tempo, estas drogas causam dependência, confusão, irritabilidade e sérias perturbações mentais.

Alucinógenos
As drogas alucinógenas mais comuns são a maconha, o haxixe, o LSD, os cogumelos e o ecstasy.

A maconha e o haxixe são usadas em forma de cigarro (também pode ser cheirada ou ingerida). Seu efeito dura entre uma e seis horas. Inicialmente, o usuário tem a sensação de maior consciência e desinibição. Ele começa a falar demais, rir sem motivo e ter acessos de euforia. Porém, ele pode perder a noção de espaço (os ambientes parecem maiores ou menores) e a memória recente, além de apresentar um aumento considerável do apetite (“larica”). A maconha costuma afetar consideravelmente os olhos, que ficam vermelhos e injetados. Com o tempo, pode causar conjuntivite, bronquite e dependência. Em excesso, pode produzir efeitos paranóicos e pode ativar episódios esquizofrênicos em pacientes psicóticos.

O LSD é encontrado em tabletes, cápsulas ou líquido e é ingerido. Sua ação dura entre 10 e 12 horas. Inicialmente, a droga intensifica as percepções sensoriais, principalmente a visão, e produz alucinações. Com o tempo, pode causar danos cromossômicos sérios, além de intensificar as tendências psicótica, à ansiedade, ao pânico e ao suicídio, pois gera um medo enlouquecedor. O usuário costuma dizer que ouve, toca ou enxerga cores e sons estranhos; fala coisas desconexas e tem um considerável aumento da pupila.

Já o cogumelo, geralmente, é ingerido em forma de chá. Seu efeito dura cerca de seis a oito horas, propiciando relaxamento muscular, náuseas e dores de cabeça, seguidos de alucinações visuais e auditivas. A médio prazo, não se conhecem seus efeitos sobre o organismo. Seus sintomas são muito parecidos com os do LSD.

Mais recentemente, surgiu no mercado das drogas o Ecstasy, um comprimido que vem sendo comercializado cada vez mais em todo o mundo. Seus efeitos também são alucinógenos, como no caso do LSD e a dependência é inevitável.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

As drogas

O que a droga faz ...

> Para entender o efeito causado pelas drogas, é importante compreender alguns aspectos da complexa – e ainda pouco desvendada – química do cérebro humano, a neuroquímica.


Nosso cérebro é formado, basicamente, por neurônios. Essas células, uma vez danificadas, não se regeneram.Conexões neurais
As drogas psicotrópicas agem no Sistema Nervoso Central (SNC), cujo órgão principal é o cérebro. O cérebro humano é formado em grande parte por neurônios, células muito sensíveis responsáveis por transmitir informações nervosas. Quando nosso cérebro vai executar qualquer coisa – desde aquelas que controlamos, como falar ou correr, até as que não dependem de nossa vontade, como respirar ou manter o coração em funcionamento –, entram em ação os impulsos nervosos. Impulsos nervosos são sinais formados basicamente por estímulos químicos, que desencadeiam um sinal elétrico. Esse sinal passa de um neurônio para outro, transmitindo a informação necessária para o cumprimento da ação. Toda essa atividade elétrica do cérebro pode ser monitorada pelos médicos em um exame de eletroencefalograma, por exemplo.